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FUMO DE TABACO COLOCA TRABALHADORES E CLIENTES EM RISCO (18/01/12)

Os Departamentos de Genética e de Saúde Ambiental do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) desenvolveram um estudo, a ser publicado no Journal of Toxicology and Environmental Health, que revela que, nos espaços de lazer na grande Lisboa, a atual lei do tabaco (n.º37/2007) não protege os trabalhadores e clientes da exposição a níveis perigosos de contaminantes do fumo de tabaco.
De acordo com as medições efetuadas, o estudo revela que as medições efetuadas indicam que as áreas de restaurantes em que se pode fumar estão altamente contaminadas com partículas finas (PM 2,5), um marcador de contaminação por fumo de tabaco ambiental que é tanto maior quanto maior for o número de fumadores nesses locais. Os níveis de PM2,5 medidos são considerados perigosos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América.
Ainda, os empregados não fumadores, expostos nessas áreas, revelaram níveis significativamente mais elevados de cotinina na urina, uma substância resultante da degradação da nicotina no organismo.
Recorde-se que atual lei “aprova normas para proteção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco” e que as mesmas estão em vigor desde 2007. Ainda assim, verificou-se a exposição efetiva à nicotina e o mesmo acontecerá com outros contaminantes perigosos do fumo do tabaco.
As conclusões do estudo, coordenado pelas investigadoras Tânia Simões e Deborah Penque do INSA, revelam que as alterações previstas na atual lei, nomeadamente o reforço dos sistemas de ventilação, não garantem a proteção dos trabalhadores contra o fumo do tabaco. Sugerem, assim, a revisão urgente da legislação no sentido da proibição total do ato de fumar em espaços públicos. À semelhança do que aconteceu noutros países, esta medida revelou ser a única forma de proteger a saúde dos trabalhadores e clientes, melhorando efetivamente a qualidade do ar nestes espaços.
A próxima investigação desta equipa será avaliar, nos trabalhadores dos restaurantes em que se pode fumar, eventuais danos biológicos ao nível do genoma e/ou proteoma como resultantes da exposição passiva ao fumo do tabaco.
Artigo a Publicar - “Occupational exposure to environmental tobacco smoke: a study in Lisbon restaurants” por Pacheco S, Aguiar F, Ruivo P, Proença MC, Sekera M, Penque D & Simões T - no Journal of Toxicology and Environmental Health. (Estudo foi co-financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e Administração Central do Sistema de Saúde com a colaboração do Laboratório de Análises de Dopagem do Instituto do Desporto de Portugal e a cooperação voluntária de proprietários e trabalhadores dos espaços de lazer estudados).

Notícia retirada de: http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/noticias/fumo+insa.htm


COMER DEVAGAR EMAGRECE! (11/01/12)
Comer devagar emagrece, concluiu um estudo desenvolvido por Júlia Galhardo, investigadora da Universidade de Bristol (Reino Unido) e alumna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). As conclusões valeram-lhe a atribuição do prémio Henning Andersen da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica.
A investigadora avaliou, durante um ano, 500 jovens obesos que estavam a ser acompanhados no Hospital Pediátrico de Bristol, com o objetivo de estudar duas hormonas: a grelina (que induz a sensação de fome) e o peptídeo tirosina-tirosina (que dá a sensação de saciedade).
Os jovens foram divididos em dois grupos. A um dos grupos foi dado uma balança computorizada onde tinham de colocar o prato com os alimentos das duas refeições principais. Para além de pesar os alimentos, a balança avaliava a velocidade a que os ingeriam e alertava-os sempre que comiam demasiado depressa. Ao grupo de controlo foi prestado aconselhamento dietético e físico.
Os resultados do estudo revelaram que o grupo de jovens que utilizou a balança computorizada teve uma diminuição do índice de massa corporal significativamente superior à do grupo de controlo.
De acordo com a investigadora, nos jovens que comiam devagar, a hormona que controla a saciedade (e que estava desregulada devido a anos de maus hábitos alimentares) voltou a entrar em equilíbrio, normalizando a comunicação entre o sistema digestivo e o cérebro.
Júlia Galhardo lembra que esta informação é particularmente animadora, na medida em que aponta uma forma simples e barata de perder peso, acessível a todas as pessoas. OM/FMUP